terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mascarada

E trocou de feição como se trocasse mais um brinco... E sorriu um sorriso diferente para cada pessoa da roda
E saiu ligeira como se tivesse pressa.
Como se tivesse alguma coisa para fazer.
E entre os outros mascarados, sentiu-se boba já que era a única que carregava outras dez máscaras.
E a insegurança falava mais alto.
E mais máscaras eram juntadas à sua coleção.
E nunca mais foi capaz de se conhecer por completo.

domingo, 28 de setembro de 2008

21/09/2008

E a primavera chegou...
E trouxe consigo todos os seus primos: a rosa, o lírio, o girassol e todas aquelas flores que as pessoas gostam...
O triste parece ser que cada vez que a primavera chega ela me traz só tristezas... Poucos momentos felizes do meu ano ocorrem na primavera... (talvez seja mais um motivo para eu odiar o calor)
A brisa primaveril leva com ela toda a alegria que o inverno costuma me trazer... E é uma brisa quente, pouco agradável... Vejo flores por todos os lados... O parque do Ibirapuera está lindo... Mas mesmo assim... Nada me atrai nessa época do ano... Nem sequer a flor que furou o asfalto...
Bem vinda, primavera.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Timer

E o tempo passou voando...
E junto aos pássaros pregados no azul do céu começou a cantar: tictactac.
E ela não viu ou ouviu nada disso...
E sorria achando que tudo duraria para sempre.
E ao som de "Por enquanto" entrou no colégio.
E ao ver seus amigos estudando desesperados sentiu vontade de abraçá-los.
E controlou sua vontade pensando que poderia fazer isso amanhã.
E o tempo passou cantando: tictactac e tictactac e tictactac.
E como se estivesse surda, ignorou o irritante canto do relógio.
E o tempo passou voando sem que ela fizesse qualquer coisa.
E ela ignorou o bater de asas do relógio.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Por diversão

E ela estendeu a mão e arrancou aquela folha da árvore... Aquela folha que já apodrecia, esperando a morte chegar... Nenhum crime... Adiou o sofrimento da árvore e da folha... Achava ela...
Até que aquela folha machucada começou a fazer falta para a árvore e então, quando a primavera chegou ao invés de uma linda flor nascer (na rua) a árvore morreu.
E viva ao realismo.
E viva ao naturalismo.
E viva à falta do que fazer no caminho de volta para casa.
E morte ao romantismo.
E morte à botânica.
E morte às imbecilidades do mundo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Revolta

Escândalo!
Soco
Tapa
Arranhão
Puxão de orelha
De cabelo
Tapa
Soco
Arranhão de novo
Pandero que nada
Vou é bater em você
Já não aguento mais e que você vá pro inferno
Vou batendo em você porque no pandeiro eu não sei
Chute
Soco
Tapa
Não olhe mais na minha cara

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Gosto de palavrear

"Minha pátria é a língua portuguesa..."
Mas não sei mais escrever.... Estranhamente as palavras me faltam... Como se diz mesmo? Perdi o bagaço da fruta que é o escrever... O suco não sai...
"E a palavra vem
Pequena
Querendo se esconder no silêncio
Querendo se fazer de oração
Baixinha como a altura da intenção na insegurança
Vírgula, parênteses, exclamação
Ponto, pula linha, travessão"
Mas é tão simples... escrever... Um bando de palavras jogadas em uma tela em branco (tecnologia não é mesmo?)...
Porque eu quero complicar tudo? Escrever é tão fácil! Falando assim até parece que algum dia acreditei nisso...
E mais um texto inútil jogado em um desses cantos perdidos que é a internet... Se fossem outros tempos seria apenas mais uma folha de papel amassada no canto de um quarto mal iluminado...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Apesar

Era tarde e as luzes da rua me iluminavam... E, para variar, todos estavam à minha frente... Até a minha sombra...
Cabisbaixo andei pela rua com a certeza de que era a pior pessoa do mundo... Vencido até mesmo pela minha sombra...
A lua estava apagada pelas nuvens e as estrelas, símbolos de esperança, não eram vistas aquela noite. Na verdade, para mim nunca apareceram.
E apesar de tudo, da melancolia que sentia, do desespero - apesar de tudo- fui capaz de sorrir...
Afinal, apesar de tudo, ainda havia o que comemorar: minha sombra.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Cartomante

Ivan Lins/ Victor Martins
"Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos

Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida

Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço

Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias

Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai não fica nada"

Cai a dama de paus...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Calor

O calor infernal começara... Nada mais de inverno... Teria que esperar mais um ano para sentir aquele vento gélido roçar na sua orelha... Maldito verão! Raios de sol batendo na sua cabeça! Maldito verão! Transformando sua alegria infantil em dor de cabeça, enxaquecas...
Maldito verão!
Ela queria poder viver em um inverno constante! Frio como ela... Talvez por isso gostasse tanto do inverno... O calor... Lembrava a ela tantos casos de amor mal resolvidos... Que começou a odiar cada raio de sol, cada brecha de luz...
Ah o inverno! Bendito inverno que traz calma ao seu coração!

domingo, 14 de setembro de 2008

Briga de casal

Duas pessoas.
Uma sentada do lado da outra. E um enorme silêncio entre elas.
Uma cena comum para qualquer um que os observassem... Pareciam dois estranhos...
- Acabou! Não tenho mais nenhuma carta para jogar... - disse a moça. Sua voz outrora dócil soava ríspida aos ouvidos do rapaz
- Não fale assim comigo!
- E como você quer que eu fale? Desculpa, mas o jogo acabou! Você venceu... O vencedor leva tudo, lembra? Não foi assim que começamos? Com um jogo? Assim vamos terminar! Parabéns pela sua vitória!
- Então pra você foi apenas um jogo?
- Claro que não! Mas foi como começou, certo?
- E você não me ama mais?
- O que faz você pensar que algum dia amei?
- Suas palavras, talvez?
- Minhas palavras? Nunca disse que te amava...
- Mas amava?
- ............ Não!
- Bom, eu te amava... E ainda te amo! Não quero perder você...
- Eu fui importante na sua vida?
- Claro que é!
- O que fiz por ela? O quanto sua vida melhorou depois que me conheceu?
- Foram tantas coisas que não sei dizer
- Diga e aumente a aposta do jogo...
- Pare de achar que é tudo um jogo!
- E então?
- Você me ajudou a ver o mundo
- Você era cego?
- Lá vem você com essa mania de levar tudo literalmente!
- O vencedor leva tudo, certo?
- Exato...
- Se eu vencer a gente termina, se você vencer voltamos
- Como vamos voltar se não chegamos a terminar?
- Ahn...
- Aumento a aposta.
- Cubro! E então... O que fiz para você?
- Você quer dizer além da toalha de mesa?
- Aquilo foi para sua mãe! Aumento a aposta!
- Cubro. Ainda bem que lembrou da minha mãe... Agora ela olha na minha cara
- Deve ser porque faz a barba
- Ou porque você me ensinou a chorar
- Só se forem lágrimas de crocodilo
- Ah, então era isso que chorava! Agora tudo faz sentido!
- Se você soubesse as noites que passei a chorar por você...
- Se você apenas me dissesse
- Ai tudo perderia a graça, certo?
- E qual a graça de fazer outra pessoa sofrer?
- Eu pensei que você soubesse
- Ótimo! Nenhum outro ás na manga! O vencedor leva tudo! Chegou minha estação.
- Você vai morrer antes da primavera começar?
- Você não entendeu, não é mesmo? Conseguiu o que queria! Você leva tudo! E o perdedor...
E tinha uma pedra no meio do caminho
.... tem que cair

sábado, 13 de setembro de 2008

Um momento para ficar na história

A ficha da FUVEST, da tão temida FUVEST agora jogada num canto como se estivesse longe das minhas preocupações. Será que agora poderei voltar a escrever normalmente? Sem ficar pensando em todas essas coisas? Profissões? AHH! EU VOU FAZER LETRAS! É só o que consigo pensar no momento! SIM, EU VOU PRESTAR LETRAS!
Onde está a agonia?
Felicidade e alegria que há muito não sentia!
AHHHHHHHHHHHHHHHH
EU VOU PRESTAR LETRAS!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Juro

Eu prometo que jogarei (no lixo reciclável) todos os ENEM's e simulados bizarros.
Eu prometo que lerei tudo o que o colégio proibiu. O colégio não, o tempo.
Eu prometo que sairei desse colégio do mesmo modo que entrei: por vontade própria.
E o mais importante:
EU PROMETO
que por mais distantes que nós possamos ficar
que por mais longe que estivermos (seja os muitos km de campinas, seja os poucos da França)
juro... EU juro em meu próprio nome
que meu pensamento vai estar em vocês...
E nesses momentos que passamos...
E nas risadas que demos
E nos dias de ajuda mútuos
E eu vou lembrar de vocês
E o dia que acaso não lembrar vou achar estranho.
E vou achar que mudei
Mas eu prometo mudar! Porque se não mudar serei só mais uma chata no mundo para sempre
Prometo mudar, e quero que vocês também prometam mudar!
Mas eu prometo também que quando voltarmos a nos encontrar cada um olhe nos olhos do outro e diga que valeu a pena mudar! E que nossa amizade cresça cada vez mais por essas pequenas mudanças e amadurecimentos... Porque caso não cresça, ela foi algum dia amizade?
Eu prometo sair desse colégio e sentir saudades
Mas eu prometo não mais lamentar ter acabado
E agradecer o que há de começar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Queridos Mestres

Oi gente, bom dia (Glória)
Vou contar uma história... E ela é REAL!(Álvaro)
Pirem comigo?(Luigi)
Um aviso aos navegantes (Lisângela): isso é só um desabafo(Jordy)
Foram blábláblás (Lino) muito loucos (Tomislav)
Mas só duraram até janeiro (Bob)
Não escolhemos o ano, simplesmente aconteceu.
Quando virou para frente e olhou para mim, com lágrimas nos olhos, dizendo que acabou.
Lembrei da última vez que me chamariam de filhão(Célio).
Onde está aquela alegria (Maurício) de todo o dia de manhã
Ouvir aquela mesma piada de futebol para nos acordar?(Paulo)
Meu carinho é imenso,
Mas a vida é intensa para apenas lhe dizer:
Ehh... Belezinha (Ed)?
De qualquer forma, povo do Colégio Etapa, povo da elite (Fernandes)
Olhem pra cá e prestem atenção (Evelina)
Foi melzinho na chupeta (Roseli) passar três anos com vocês.
E meninos e meninas (Antônio G) eu não vou falar (Renzo) que
A dor que conseguimos superar foi enorme,
Porque o amor (Ênio) da pessoinha(Chico), do Chiquinho e da Chiquinha(Celso)
Foi bem maior do que pudemos imaginar!
Vocês ai que estão animados (Alexandre L)
Vamos governar o glorioso?(Omar)
Se não ficarmos ociosos... (Eloy)
Ai eu pensei: interessante! Ele usou uma oração condicional!(Antônio R)
Ah, brasileirinhos!(Thomas)
Se continuarmos assim seremos empalados! (Leandro)
Deixemos de preguiça e vamos ler o ‘folhateen’ (Lucimar)
Fui um aluno totalmente excelente (Ivan)
Mereço sua consideração?
Mesmo depois de tanta falta de atenção?
Continuemos humildes para não sermos humilhados!(Carvalho)
Fiquem atentos!
Cheguem mais (Wiliam), vou fazer minha confissão:
Posso ter esquecido de alguns ganchos e de umas citações (Simone)
Posso nem estar em equilíbrio estático (Thiago)
Mas de uma coisa eu tenho certeza:
Sempre coloquei as pedras maiores em primeiro lugar. (Felipe)
Se algum dia não as coloquei, peço perdão, mas também assim não da, terceiro ano!(Daniel)
Faço prova todo o dia, simulado toda a semana, aulas à tarde...
Não posso sumir assim... (Gildo)
Por mais que eu queira visitar a Rússia e ser uma criança normal lá... (Emiliano)
Certo ou não?(Carvalho)
E se levamos desses anos algum ensinamento, um deles com certeza é:
Nunca irritar um químico(Ana Paula)
Fácil? Bem, agora vem a parte difícil(Sérgio)
Se vocês tiverem mais paciência eu lhes direi
Que a música sertaneja nunca foi do meu gosto, mas seria capaz de ouvi-la pra passar mais três anos com vocês... (Roberto A)
Estou indo rápido demais?(Vagner)
Sou capaz de bater o apagador na lousa(Ricardo A) para parar o tempo
E se alguém tirá-lo de mim e tentar colocá-lo no ponto mais alto do mundo...
Meu pulo será enorme(Jairo)
Prometo um dia ainda provar fruta pão(Ricardo A)
E quando o fizer, me lembrarei de vocês. De todos vocês.
Prometo nunca fechar uma garrafa com gelo seco ou cheirar monóxido de carbono(Jairo)
Eu não sou impressora, mas tenho a impressão [Sacô? Sacô? (Coxinha)]
De que me lembrarei disto para sempre.
Os super-heróis daqui me salvaram do perigo(Pablo)
I like you very much, but assim não dá!(Andréia)
Mariquinhas(Osvaldo), vocês estão sempre à minha frente.
Mas eu sei que o Brasil vai vencer a copa!(André D)
Apesar de não, no caso (Sérgio), saber nenhuma gíria (Rodrigo)
Muito menos programar um micro ondas para despertar (Sheila)
Hoje eu sei, virginais(Bob), o que é programação JAVA(Daniel-informática)
Ô, pessoal, pessoal(Gildo)
Posso falar?(Taís)
[Ah, mas eu não falo assim!(Rubens)]
Foram anos muito bons, mas acabaram...
Não tem problema.
Por que vamos nos reencontrar
- Digam amém (Marcos)
Enfim, um salve a todos vocês (Filipe G)
Por hoje é só! Beijinho, beijinho
Tchau, tchau (Fernandes)

sábado, 6 de setembro de 2008

Pró-fissões!

Tem o pró-álcool, não tem?
E eu sou a favor das profissões!
Que a radioatividade destrua meu corpo, mas o que importa é a minha mente intacta e amadurecida.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Alice

Em meio ao escuro azul celestial
A lua brilhou como um sorriso
Juntei-me a ela ao lembrar do gato que ri

Ah, que grande mentira!
Lembrei de você
E não quis dizer!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Já nela

Através da janela molhada eu vi o mundo.
Parecia muito úmido... Como ele seria durante a seca? Um calor inundou a sala e o vidro refletiu os raios solares, formando pequenos arco-íris nas gotas...
O ódio reinou no mundo além daquela janela. E eu continuei imparcial, observando tudo e sabendo que ninguém podia ver nada. Nada além dos meus olhos úmidos.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Estou com muita pressa para pôr um título

Pressa
Peça!
Peça a peça depressa!
Por essa você não esperava, não é?
Perca a cabeça
Perca a pressa
Pregue preça
Peça de arte
Peça comida
Peça pão depressa!
Coma com pressa
Viva com pressa
Viva!
DEPRESSA!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Memória da Cidade

Pela rua, noite adentro, as estrelas nos observam e
O vento nos leva ao passado
E é pelos seus passos que me guio
Na direção das luzes do nosso caminho

Será capaz de me salvar
Da solidão
Será capaz de me salvar

Toda vez que eu tento te amar
Toda vez que eu tento te amar
Você seria capaz pelo menos de me encontrar?
Toda vez que eu tento te amar
Toda vez que eu tento te amar
Pra que talvez a gente possa recomeçar

Sozinho em um túnel, almejando o seu olhar...
Seria capaz de me encontrar além dos séculos, além do mar?
Não me importo em vê-la assim, tão deserta.
Desde que pela sua sombra eu seja guiado
Desde que sua sombra me guie, desde que seus olhos brinquem.

Será capaz de me salvar
Da solidão
Será capaz de me salvar

Toda vez que eu tento te amar
Toda vez que eu tento te amar
Você seria capaz pelo menos de me encontrar?
Toda vez que eu tento te amar
Toda vez que eu tento te amar
Pra que talvez a gente possa recomeçar


Música by Otávio e Paula