quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Vida Insatisfeita

(texto velho... de novo)

O ocaso que por acaso assisti em uma praça próxima a minha casa em um dia de sol e vento era a paisagem de muitos casos da literatura universal. No céu, uma morada acolhedora, as nossas almas realmente vivem. Os raios avermelhados que se abaixavam cada vez mais eram como sinais de vida. Como se dissem que não somos realmente nós, que nunca nos esforçamos para sermos nós mesmos, que sempre deixamo-nos levar por comentários simples.
As nuvens de algodão puro brincavam como pequenas crianças tentando alegrar os preocupados e pensativos adultos. O amarelo predominante guardava todas as almas na sua grande morada. Protegia-as. O tempo foi passando e agora, o vermelho mostrado na casa celeste trazia a sensação de incrível tristeza, como se uma guerra tivesse começado, drasticamente. As cigarras que cantavam ao fundo anunciavam o início da nova era.
Como seria esta nova era? Se boa, se ruim somente o tempo diria, mas pelo que ocorreu logo após diria que foi péssima, De repente um vento forte soprou e as folhas das árvores despencaram. Uma caiu em minha mão e ela era..
Noite. Era escura. Tão escura... Seria realmente uma folha? A morada das almas estaca totalmente negra. Só após algum tempo de observação é que foram surgindo pontos pacíficos em um mundo em que ninguém se conhece e todos têm medos e aflições. Logo esses pontos se mutiplicaram.
Ao raiar do novo dia descubro que a suposta folha era na realidade uma flor. Ao sair de casa com a mais bela criação das almas senti-me feliz. Aquele sinal que me mandaram avisando que a guerra acabara. E depois dessa época de trevas, o cheiro do orvalho (ou o suor de tantas almas) juntou-se ao cantar dos pássaros que junto com a flor anunciavam a nova era.
A flor não sobreviveu. A guerra recomeçou no fim daquele dia em que tudo parecia maravilhoso. Parece que como aqui, as almas celestes nunca estão satisfeitas com sua vida. Mesmo que esta parecesse tão perfeita quanto um pôr-do-sol.

2 comentários:

Unknown disse...

Bonito, bem escrito, parece um sonho. :)

Alex Mazzanti Júnior disse...

ao contrario da mel, para mim não pareceu um sonho... pareceu a descrição da nossa propria realidade e historia atraves de uma linda metáfora.
o proprio texto me diz isso:
"No céu, uma morada acolhedora, as nossas almas realmente vivem. "
"Parece que como aqui, as almas celestes nunca estão satisfeitas com sua vida."
esses trechos dizem q nós somos essas almas oníricas do texto ^^
e isso nos faz recordar diversos trechos de nossa história onde surge alguem [a flor] capaz de "controlar" a anarquia e guerra, mas basta essa pessoa morrer que o desequilibrio retorna, mas logo surge um novo lutador por um mundo melhor e o dia renasce...

as estrelas são as resistências numa guerra ou aquelas pessoas inertes q nada têm a ver com a guerra ou naum quer fazer parte dela e simplesmente aceita, em "paz"...

um texto com belas metáforas ^^

tem alguns trechos q me pareceram meio confusos e pertiam leve coesão com as adjacencias... mas foram poucos trechos ^^

resumindo: curti, paula xPP