domingo, 9 de novembro de 2008

Carta à um poeta

(sim, é uma repostagem do meu antigo blog... mas sei lá... hoje esse texto faz bem mais sentido do que quando foi escrito, então aqui vai)


Caríssimo Álvaro,
você é uma pessoa incrível, mas não posso deixar de ficar surpresa ao escutá-lo dizendo que todas as cartas de amor são ridículas. Não, as cartas de amor não são ridículas. Ridículo é acreditar que existe amor. Ridículo é pensar que você viverá melhor com alguém ao seu lado. Você, com todo o meu respeito, é ridículo. Vocês, poetas, são pessoas (se é que podemos chamar seres tão (supostamente) superiores de pessoas) ridículas. Que ainda acreditam no amor. Só falta me dizer que acreditam na paz! Sinto muito, mas até mesmo acreditar no Papai Noel é mais aceitável que acreditar no amor. Se bem que o Papai Noel é uma figura feita de amor... Mas isso não vem ao caso... Metade das coisas que escrevo, não sinto. E a outra metade é falsidade. Nunca escrevi, posso te garantir, carta mais sincera que esta que te encaminho. Por mais que seja uma carta feita por uma pessoa sã, o destino que darei a ela é doentio. Você é doentio. Perdoe-me por dizer isso a você, mas me sinto na obrigação. Você e seu “amor”. “Amor” próprio, aliás. Seus poemas só falam de você e da sua relação com as outras coisas. Não está na hora de mudar? Você fica ridículo chamando tudo de ridículo. É ridículo. Espero que me compreenda.
De uma admiradora (de ridículos).

Um comentário:

Re Batistini disse...

adoro a vida blogueira ! há :D
vou por o seu no meu ok ?
beijos :*